Maximização de Utilidade e Escolha

Rafael Bressan

Funções utilidade para preferências específicas

Cobb-Douglas

  • Uma função utilidade comumente utilizada é a função do tipo Cobb-Douglas. A função utilidade do tipo Cobb-Douglas apresenta a seguinte forma funcional: \[U(x,y) = x^\alpha y^\beta, \qquad 0<\alpha, \beta < 1.\]

  • De forma geral, os parâmetros \(\alpha\) e \(\beta\) representam a importância relativa dos bens \(x\) e \(y\) para este indivíduo.

  • Normalmente, é conveniente normalizar os parâmetros de forma com que \(\alpha + \beta = 1\). Neste caso, a função utilidade seria dada por: \[U(x,y) = x^\delta y^{1-\delta},\] onde \(\delta = \alpha/(\alpha + \beta)\) e \(1-\delta = \beta/(\alpha + \beta)\).

Cobb-Douglas

Cobb-Douglas

Code
# Importando bibliotecas. Vamos simular as curvas de indiferença de uma função utilidade do tipo Cobb-Douglas com dois argumentos, x e y.
# selecionando apenas um parâmetro (delta), sendo o outro parâmetro (1-delta) definido como complementar.
# A utilidade será dada para 10 valores diferentes, sendo que o argumento y é que será calculado em função de x e desta utilidade
import numpy as np
import matplotlib.pyplot as plt


# Calculando o valor y
def y(x, u, delta):
    return (u * x ** (-delta)) ** (1 / (1 - delta))


# Definindo os valores de x e delta
x = np.linspace(0.1, 12, 100)
delta = 0.5
u = np.linspace(1, 10, 5)

# Criando a figura usando sintaxe orientada a objetos
fig, ax = plt.subplots(figsize=(8, 6))

# Plotando as curvas de indiferença
for i in u:
    ax.plot(x, y(x, i, delta), label=f"$U(x,y) = {i:.2f}$")

# Definindo os limites dos eixos
ax.set_xlim(0, 13)
ax.set_ylim(0, 13)

# Definindo os rótulos dos eixos
ax.set_xlabel("$x$")
ax.set_ylabel("$y$")

# Definindo o título do gráfico
ax.set_title(f"Curvas de indiferença tipo Cobb-Douglas ($\delta = 0,5$)")

# Definindo a legenda
ax.legend()

# Mostrando o gráfico
# plt.show()
<matplotlib.legend.Legend at 0x7f55aafccfd0>

Substitutos perfeitos

  • A função utilidade para o caso de bens substitutos perfeitos é dada por: \[U(x,y) = \alpha x + \beta y, \qquad \alpha,\beta > 0.\]

  • Neste caso, as curvas de indiferença são lineares.

  • A linearidade das curvas de indiferença motiva a denominação de bens substitutos perfeitos para descrever a relação entre \(x\) e \(y\).

  • Uma pessoa com esse tipo de preferências está disposta a abrir mão da mesma quantidade do bem \(y\) para adquirir uma unidade adicional de \(x\), não importa quanto de \(x\) esteja sendo consumido - a TMS é constante e o princípio de taxa marginal de substituição decrescente não se aplica.

Substitutos perfeitos

Complementares perfeitos

  • Uma situação diretamente oposta à de substitutos perfeitos é ilustrada para o caso de bens complementares perfeitos, cuja função utilidade é da forma: \[U(x,y) = \min\{\alpha x, \beta y\}, \qquad \alpha, \beta > 0.\]

  • Neste caso, as curvas de indiferença tem um formato de \(L\) e a razão da quantidade consumida de \(y\) com relação ao bem \(x\) é constante e igual: \[\frac{y}{x} = \frac{\alpha}{\beta}.\] Indicando que nenhum dos bens especificados na função utilidade será consumido de maneira supérflua quando \(\alpha x= \beta y\).

Complementares perfeitos

Elasticidade de substituição constante (CES)

  • Um problema com as funções utilidades supracitadas é que assumem curvas de indiferença com formas pré-definidas.

  • Uma função utilidade que permite vários formatos distintos é a função utilidade de elasticidade de substituição constante (CES): \[U(x,y) = [x^\delta + y^\delta]^{\frac{1}{\delta}}, \qquad \delta \leq 1, \delta \neq 0. \label{ces}\]

  • Essa função incorpora as três vistas anteriormente:

    1. Se \(\delta = 1\), temos o caso de substitutos perfeitos.

    2. Se \(\delta \to 0\), a CES tende a uma função do tipo Cobb-Douglas.

    3. Se \(\delta \to -\infty\), a CES tende ao caso de complementares perfeitos.

  • Podemos fazer uma transformação monotônica \(U^* = U^\delta/\delta\) e obter uma forma mais tratável: \[U(x,y) = \frac{x^\delta}{\delta} + \frac{y^\delta}{\delta}.\]

Elasticidade de substituição constante (CES)

Preferências homotéticas e não-homotéticas

  • Uma função utilidade é homotética se sua taxa marginal de substituição depende apenas da razão entre as quantidades dos bens, e não de suas quantidades totais.

  • A importância de funções utilidade homotéticas é que suas curvas de indiferença são similares. A inclinação das curvas depende apenas da razão entre os bens, e não do quão distante as curvas estão da origem.

  • As curvas de indiferença associadas a utilidades mais altas são cópias das de utilidades mais baixas.

  • Portanto, podemos estudar o comportamento de um indivíduo que tenha preferências homotéticas olhando apenas uma curva de indiferença (ou um número pequeno), sem nos preocupar que o resultado altere drasticamente para níveis diferentes de utilidade.

Preferências homotéticas e não-homotéticas

Code
# Quando y=x então u=x e MRS = delta/(1-delta)
mrs = delta / (1 - delta)
slope = -mrs

for i in range(len(u)):
    ax.axline((u[i], u[i]), slope=slope, color="black", linestyle="--", linewidth=1)

ax.plot([0, 10], [0, 10], color="black", linestyle="--", linewidth=1.5)

fig

Exercício

  • Mostre que as quatro funções utilidades estudadas anteriormente exibem preferências homotéticas.

  • Mostre que a função utilidade quasi-linear: \[U(x,y) = x + \ln y,\] não exibe preferências homotéticas.

Caso de muitos bens

  • Se o indivíduo deriva utilidade do consumo de \(n\) bens, sua função utilidade pode ser representada como: \[U(x_1, \dots, x_n).\]

  • Portanto, a equação: \[U(x_1, \dots, x_n) = k,\] define uma superfície de indiferença \(n\)-dimensional.

  • Continuaremos assumindo que a superfície de indiferença é convexa. Isto é, cestas de consumo mais balanceadas são preferíveis às não-balanceadas.

  • Portanto, assume-se que a função utilidade é quasi-côncava.

Caso de muitos bens

  • Podemos estudar as trocas voluntárias que um indivíduo esteja disposto a fazer entre dois bens quaisquer (\(x_1\) e \(x_2\)) usando o teorema da função implícita para obter a TMS: \[TMS = \left.-\frac{dx_2}{dx_1}\right|_{U(x_1, \dots, x_n) = k} = \frac{U_{x_1}(x_1, \dots, x_n)}{U_{x_2}(x_1, \dots, x_n)}.\]

  • A disposição de um indivíduo em trocar \(x_1\) por \(x_2\) depende não só da quantidade desses bens mas, também, das quantidades de todos os outros bens.

Maximização de utilidade e escolha

Introdução

  • As preferências e a restrição orçamentária, que estudamos até agora, contem informações distintas sobre o consumidor.

  • As preferências, ou funções utilidade, refletem o gosto do consumidor, sem considerar o que de fato pode ser consumido.

  • A restrição orçamentária reflete as possibilidades de compra do indivíduo, sem considerar suas preferências.

  • Agora estudaremos o modelo básico de escolha que economistas utilizam para explicar o comportamento dos consumidores.

  • Esse modelo combina esses dois conceitos (preferências e restrição orçamentária) e assume que os indivíduos que são limitados por uma restrição orçamentária se comportarão de forma a obter a maior utilidade possível.

  • Isto é, caracterizamos o problema da escolha do consumidor como um problema de maximização de utilidade sujeito à restrição orçamentária - problema primal do consumidor.

Introdução

  • Mesmo que as aplicações deste modelo sejam das mais variadas, todas elas estão fundamentadas no mesmo tipo de modelo matemático e chegam à mesma conclusão geral: para maximizar utilidade, os indivíduos escolherão cestas de bens de maneira a igualar a taxa de tradeoff entre quaisquer dois bens (a TMS) à razão entre os preços de mercado destes bens.

  • Portanto, os preços de mercado transmitem informações acerca dos custos de oportunidade para os indivíduos, e essa informação tem um papel fundamental nas escolhas que serão feitas.

Resultados preliminares

  • Princípio da otimização de utilidade. Para maximizar utilidade, dada uma quantidade fixa de renda a ser gasta, um indivíduo comprará as quantidades de bens que esgotarão sua renda total e para as quais a taxa psíquica de troca entre quaisquer dois bens (TMS) seja igual à taxa em que os bens podem ser trocados um pelo outro no mercado.

  • Se o indivíduo não despender toda sua renda, não estará maximizando sua utilidade. Já que unidades extras de bens fornecem utilidade extra ao indivíduo, não é ótimo deixar renda não gasta em um cenário em que não há outros usos pra renda.

  • A segunda condição nos diz que a taxa marginal de substituição (TMS) de \(x\) por \(y\) será igual à razão entre os preços de mercado destes bens \(p_x/p_y\).

Análise gráfica

Análise gráfica

Condições suficientes de segunda ordem para um máximo

  • A condição de tangência vista anteriormente é apenas uma condição necessária para o máximo.

  • No entanto, não é uma condição suficiente. Considere o caso em que as curvas de indiferença não obedecem a hipótese de TMS decrescente. Neste caso, nem todos os pontos de tangência são pontos que maximizam a utilidade.

  • Para que as condições necessárias de um máximo sejam também suficientes, devemos assumir que a TMS é decrescente. Isto é, que a função utilidade é estritamente quasi-côncava.

Análise gráfica

Condições suficientes de segunda ordem para um máximo

Figura 1: Curvas de indiferença para as quais a CPO não é suficiente. Fonte: Nicholson e Snyder (2019).

Soluções de canto

  • O problema primal do consumidor ilustrado anteriormente resultou em um ponto crítico interior, no qual quantidades positivas de ambos os bens eram consumidos.

  • Em algumas situações, as preferências dos indivíduos podem ser tais que maximizarão utilidade ao escolherem consumir uma quantidade nula de um dos bens.

  • Se alguém não gosta de hamburger, não há motivos para alocar parte de sua renda consumindo este bem.

  • Neste caso temos uma solução de canto.

Soluções de canto

Figura 2: Soluções de canto. Fonte: Nicholson e Snyder (2019).

Soluções de canto

  • Na Figura 2 vemos que a utilidade é maximizada no ponto \(E\), com \(x = x^*\) e \(y = 0\).

  • Qualquer ponto da restrição orçamentária em que quantidades positivas de \(y\) são consumidas produz uma utilidade menor que o ponto \(E\).

  • Note que em \(E\) a restrição orçamentária não é precisamente tangente à curva de indiferença \(U_2\).

  • No ponto ótimo, a restrição orçamentária é mais plana que a curva de indiferença. Isso indica que a taxa em que \(x\) pode ser trocado por \(y\) no mercado é menos que a taxa marginal de substituição. Nos preços de mercado prevalecentes, o indivíduo está mais do que disposto a trocar \(y\) para obter \(x\) adicionais.

  • Por ser impossível consumir quantidades negativas do bem \(y\), o limite físico para esse processo é o eixo horizontal, ao longo do qual a quantidade consumida de \(y\) é zero.

Análise formal para o caso de n bens

Condições de primeira ordem

  • O problema primal do consumidor, para o caso de \(n\) bens, pode ser escrito como:

\[\begin{aligned} & \underset{\textbf{x}\in \mathbb{R}_+^n}{\text{maximizar}} & & U(x_1, \dots, x_n), \\ & \text{sujeito a} & & p_1x_1 + \dots + p_nx_n = I. \end{aligned} \qquad(1)\]

  • Então, o consumidor escolhe os bens que maximizam sua utilidade e que estão dentro da sua possibilidade de consumo (satisfazem sua restrição orçamentária).

  • Para resolver o problema de otimização com restrições, Equação 1, construímos o Lagrangeano:

\[\mathcal{L} = U(x_1, \dots, x_n) + \lambda(I-p_1x_1-p_2x_2-\dots-p_nx_n), \qquad(2)\]

onde \(\lambda\) é o multiplicador de Lagrange.

Condições de primeira ordem

  • As \(n+1\) equações que representam as condições necessárias de primeira ordem para um máximo interior são dadas por:

\[\begin{aligned} \frac{\partial\mathcal{L}}{\partial x_1} &=& \frac{\partial U}{\partial x_1} - \lambda p_1 = 0, \\ \frac{\partial\mathcal{L}}{\partial x_2} &=& \frac{\partial U}{\partial x_2} - \lambda p_2 = 0, \\ \vdots \\ \frac{\partial\mathcal{L}}{\partial x_n} &=& \frac{\partial U}{\partial x_n} - \lambda p_n = 0, \\ \frac{\partial\mathcal{L}}{\partial \lambda} &=& I - p_1x_1 - p_2x_2 - \dots - p_nx_n = 0. \end{aligned}\]

Condições de primeira ordem

  • Esse sistema de \(n+1\) equações pode, em princípio, ser solucionado para \(x_1, \dots, x_n\) e \(\lambda\).

  • Lembre-se que as CPOs são condições necessárias, mas não suficientes, para garantir a otimalidade da solução.

  • As condições suficientes de segunda-ordem para assegurar que os pontos críticos obtidos são, de fato, pontos interiores de máximo local são extremamente complexos.

  • Aqui vamos adotar a hipótese de quasi-concavidade estrita (uma TMS decrescente para o caso de 2 bens) e que a restrição orçamentária é linear. Com isso, as CSOs para o problema do consumidor são satisfeitas.

Implicações das CPOs

  • Para quaisquer dois bens \(x_i\) e \(x_j\), temos que:

\[\frac{\partial U/\partial x_i}{\partial U/\partial x_j} \equiv \frac{U_{x_i}}{U_{x_j}} = \frac{p_i}{p_j}.\]

  • Vimos, anteriormente, que a razão entre utilidades marginais de dois bens é igual à taxa marginal de substituição entre eles.

  • Portanto, as condições de otimalidade de alocação da renda torna-se:

\[TMS_{x_i \text{por} x_j} = \frac{p_i}{p_j}.\]

  • Ou seja, para maximizar sua utilidade o indivíduo deve equalizar a taxa psíquica de trade-off (TMS) à razão dos seus valores de mercado.

  • O valor marginal do bem \(i\) em termos do bem \(j\) deve ser igual ao custo marginal do bem \(i\) em termos do bem \(j\).

Interpretação econômica do multiplicador de Lagrange

  • Resolvendo o sistema de equações das CPOs para o multiplicador de Lagrange \(\lambda\) obtemos:

\[\lambda = \frac{\partial U/\partial x_1}{p_1} = \frac{\partial U/\partial x_2}{p_2} = \cdots = \frac{\partial U/\partial x_n}{p_n}.\]

  • Essas equações nos dizem que, no ponto de otimalidade da utilidade, cada bem adquirido deve prover a mesma utilidade marginal por unidade monetária gasta neste bem.

  • Portanto, cada bem deve ter uma razão custo (marginal)-benefício (marginal) idêntica.

Interpretação econômica do multiplicador de Lagrange

  • Se a utilidade marginal de uma unidade monetária gasta em um determinado bem não fosse igual à dos outros bens, a renda não estaria sendo alocada de maneira ótima. Já que o consumidor poderia realocar seus recursos para o bem que traz uma utilidade marginal maior para cada real gasto.

  • Consequentemente, o multiplicador de Lagrange \(\lambda\) pode ser interpretado como a utilidade marginal de uma unidade monetária de dispêndio de consumo. Ou seja, a utilidade marginal da renda.

  • Também referido como preço-sombra.

Interpretação econômica do multiplicador de Lagrange

  • Por fim, podemos escrever ainda: \[p_i = \frac{\partial U/\partial x_i}{\lambda}.\]

  • Essa equação compara a utilidade extra de uma unidade adicional do bem \(i\) à utilidade marginal da renda (utilidade marginal de uma unidade extra de renda).

  • Portanto, para que um bem seja adquirido, a utilidade de uma unidade extra desse bem deve valer, em unidades monetárias, o preço que esse indivíduo pagará por ele.

  • Um preço elevado do bem \(i\) só é justificado se esse bem traz para o indivíduo uma utilidade extra elevada.

  • Na margem, o preço de um bem reflete a disposição de um indivíduo em pagar por mais uma unidade.

Exercícios

Exercício 1

Considere que as preferências de um consumidor sejam representadas pela seguinte função utilidade: \[U(x_1,x_2) = x_1x_2 + 2x_1.\] Considere, ainda, que este indivíduo tenha uma renda disponível de 60 unidades monetárias e que os preços do bem \(x_1\) e \(x_2\) sejam, respectivamente, $4 e $2.

Qual a cesta de consumo que maximiza a utilidade deste consumidor?

Exercício 2

Suponha que as preferências de um consumidor sejam representadas por uma função utilidade do tipo Cobb-Douglas: \[U(x,y) = x^{0,5}y^{0,5}.\] Assume-se que o preço do bem \(x\) é $1 e o preço do bem \(y\) $4 e que sua renda total seja $8. Qual a cesta de consumo ótima para este caso?

Exercício 3

A relação de preferência de um consumidor é representada pela seguinte função utilidade: \[U(x,y) = x + \ln y.\]

Os preços unitários, exogenamente determinados, são \(p_x = 12\) e \(p_y = 6\). A renda, também exógena, é igual a $300. Quais as quantidades consumidas ótimas para este problema de maximização de utilidade?

Solução \[\begin{aligned} & \underset{\textbf{x, y}\in \mathbb{R}_+^n}{\text{maximizar}} & & x + \ln y, \\ & \text{sujeito a} & & p_x x + p_y y = m. \end{aligned}\]

  • \(\frac{d}{dy}\left(\frac{m-p_y y}{p_x}+\ln y\right) = 0\)

  • \(-\frac{p_y}{p_x}+\frac{1}{y^*} = 0\implies y^*=p_x/p_y\)

  • \(x^*=\frac{m}{p_x}-1\)

📚 Bibliografia

NICHOLSON, W.; SNYDER C. Teoria microeconômica: Princípios básicos e aplicações. Cengage Learning Brasil, 2019. Disponível em: app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522127030

VARIAN, H. R. Microeconomia: uma abordagem moderna. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: app.minhabiblioteca.com.br/books/9788595155107